quinta-feira, 7 de abril de 2011

Contos do Jardim Silvestre

"Quanto tempo mais vais tomar ao tempo da tua vida para compreender que não podes perder mais tempo? - disse a flor impaciente à pétala tresmalhada da sua corola.
A pétala encolheu-se confusa, não que não tivesse compreendido a questão, mas continuava a ter a sensação que o mundo lhe entrava na mente sem pedir licença e saía na mesma atitude indiferente, sem que se desse conta. Sabia que estava em si a capacidade de controlar tal tráfego, mas os seus olhos esbugalhados praticamente nunca se fechavam, virando-se para todas as direcções que momentaneamente emitissem brilho e isto ela ainda não conseguia controlar.
"Mãe flor, mãe flor... pousa a tua paz no meu peito até que o meu coração respire serenamente. Mantém-te junto a mim até que eu seja realmente capaz de te seguir sozinha." - pedia secretamente a pétala, todas as noites antes de se render ao sono..."

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